Dados do Trabalho
Título
PROTEÍNA TOTAL E NITROGÊNIO UREICO DO LEITE: VARIAÇÃO CONFORME ESTÁDIO DE LACTAÇÃO E RAÇAS
Introdução (obrigatório)
A composição do leite pode variar de acordo com o estágio de lactação: no colostro, o conteúdo de proteína é maior e o de lactose encontra-se reduzido. Outros fatores que podem interferir na composição do leite são: raça das vacas e alimentação. Sendo assim, a importância do conhecimento acerca da proteína total do leite e do nitrogênio ureico (NUL) é essencial na indústria leiteira e para os produtores, principalmente quando raças e estádios diferentes de lactação são levados em consideração. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho é analisar como a proteína total e o nitrogênio ureico variam conforme a raça e o estádio de lactação.
Material e métodos (obrigatório)
Este estudo foi realizado com 588 vacas leiteiras, de cinco fazendas comerciais no estado do Paraná, Brasil. A amostra incluiu 271 vacas Jersey, 248 Holandesas e 82 mestiças Jersey x Holandesa. As amostras de leite foram coletadas, de agosto de 2021 a agosto de 2022. A determinação da composição do leite, incluindo proteína total e nitrogênio ureico (NUL), utilizou o espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier (Bentley FTS, Bentley Instruments). A coleta de amostras de leite foi realizada durante a ordenha da manhã. As amostras com conservante bronopol foram enviadas no dia seguinte à coleta para o laboratório da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da raça Holandesa para a determinação da composição do leite. As concentrações de proteína total e nitrogênio ureico do leite foram determinadas por espectrofotometria de infravermelho com transformada de Fourier. Análise Estatística: Para a análise dos dados, as observações foram classificadas em quatro estágios de lactação: 1-60 dias (início), 61-150 dias (pós-pico), 151-305 dias (final) e mais de 305 dias (estendida) em lactação. A análise de variância (ANOVA) foi utilizada para avaliar os efeitos das variáveis independentes, como grupo genético (Holandesa, Jersey e mestiços Jersey x Holandesa) e estágio de lactação (n = 4), sobre as variáveis dependentes, incluindo proteína total e NUL. Um modelo de efeitos mistos foi aplicado, incorporando efeitos fixos (grupo genético, estágio de lactação) e aleatórios (fazenda, estação do ano), com o dia de avaliação em cada fazenda considerado como medidas repetidas no tempo. O ajuste dos efeitos aleatórios e a escolha do modelo matemático foram feitos usando o critério de informação de Akaike corrigido (AICc). O procedimento Glimmix do software SAS (2013) foi utilizado para a análise estatística, escolhendo a melhor distribuição e ajuste do modelo com base no AICc.
Resultados e discussão (obrigatório)
Tabela 1. Valores médios da concentração de proteína total e de nitrogênio ureico no leite bovino conforme o estádio de lactação e grupo genético e sua interação. A concentração de proteína total no leite variou ao longo dos estágios de lactação e entre as raças. Durante a primeira metade da lactação (0-60 e 61-150 dias em lactação), os valores de proteína foram menores do que na segunda metade da lactação (151-305 e >305 dias em lactação), explicado pelo efeito de diluição que ocorre no leite na primeira metade da lactação, com uma produção de leite alta no pico de lactação. Após o pico de lactação, a produção de leite começa a diminuir gradualmente, como o volume de leite é menor, a concentração de componentes do leite, incluindo a proteína, tende a aumentar. As vacas Jersey e Jersey x Holandesa apresentaram concentrações de proteína no leite mais altas do que as vacas Holandesas, confirmando a maior concentração desse componente. A concentração do NUL variou entre os grupos genéticos durante a lactação. Nas vacas Holandesas, os valores foram mais baixos na lactação estendida, enquanto nos grupos genéticos Jersey e cruzadas, o NUL não variou entre os estádios de lactação. Ao início da lactação, o NUL foi semelhante entre os grupos genéticos, enquanto na segunda metade da lactação e lactação estendida, os maiores valores de NUL foram observados nas vacas Jersey.
Conclusão (obrigatório)
A concentração de proteína no leite é mais elevada na segunda metade da lactação e nas vacas Jersey e Jersey x Holandesas. O NUL não variou expressivamente entre os estádios de lactação, mas foi superior nas vacas Jersey, especialmente após o pico de lactação.
Referências bibliográficas (opcional)
Schmitz, Bruna. Variation in bovine milk stability according to lactational stage and genetic group. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2023.
EMBRAPA. Qualidade e Segurança - Composição. Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/criacoes/gado_de_leite/pre-producao/qualidade-e-seguranca/qualidade/composicao. Acesso em: 07 jul. 2024.
Área
Geral
Autores
Eduarda Kremer, Vivian Fischer, Bruna Schmitz, Fernanda Rech Medeiros Rodrigues, Julliany Ardenghi Guimarães, Rhenan da Silva Amorim, Arthur Fernandes Bettencourt